Essa é centésima vez que choro por você, uma saudade que não cabe em mim. Sinto que já não te conheço mais, você tem se tornado apenas uma lembrança e nem sei dizer se é boa. Eu já não lembro tão bem do teu toque, do teu beijo e da tua forma de falar, estou te esquecendo ao poucos.
A única coisa que me mantei presa a você são as memorias, eu revisito elas todos os dias em uma forma de tentar não esquecer os detalhes, mas eles já não são tão vividos. Vivo uma guerra diariamente em me desprender deixando ir e correr incansavelmente atrás.
Você se achou no direito de ir embora sem ao menos me consultar, não era só a tua vida, era a nossa! Mas acho, agora, que nunca houve um nós na tua cabeça. Talvez no início. Do nada tu aparece para me bagunçar, eu estava indo sem olhar para trás criando teorias na minha cabeça, até tu me alimentar com uma migalha e me deixar mais confusa que nunca.
Nesse momento só queria olhar na tua cara e GRITAR tudo que sinto, esbofeteando o teu peito até não ter mais forças. Parece que todas as músicas que escuto são uma história de anti-amor escrita para mim. Tu esta em todos os cantos da minha vida, em tudo que penso e vivo, ninguém aguenta mais escutar o teu nome. E eu insisto em continuar repetindo.
Por que quando me olha ri e balança a cabeça, como fosse a última e melhor coisas que poderia encontrar?
A última vez que te vi estava vestindo preto da cabeça aos pés, como de costume, com as pessoas de costume, fazendo algo de costume. Só tinha uma coisa diferente, eu não estava do teu lado, estava, na verdade, no time oposto. Só te observava de longe e tentava não sentir nada. No dia anterior quando me cumprimentou eu só congelei. Não tive reação alguma, apenas um oi balbuciado com uma aproximação corporal e expressão estagnada, nada a mais.
Quando me afastei nem no celular conseguia digitar pelas mãos tremulas e assim foi os minutos sequentes. Não sabia o que fazer com todo aquele sentimento acumulado e mais uma vez fingi que não era nada, mas por dentro foi absolutamente tudo. Aquele beijo na bochecha não estava certo, mas o olhar de repulsa ao redor machuca.
Eu não sei o que tu andou falando por aí, mas parabéns, funcionou. Ninguém mais me olha com simpatia, só sinto desprezo de cada um que está ao te lado.
É mais uma noite de sexta-feira e eu aqui chorando por ti, saudade escorrendo, assim como do lado de fora. Meu subconsciente torce desesperadamente para que me mande um mensagem, seja sóbrio ou bêbado, queria só algumas palavras direcionadas a mim. Assim como durante o relacionamento, espero por migalhas.
Tenho saído com outras pessoas, mas busco tu em cada uma delas. Quando sinto o mínimo de semelhança no toque é como se me teletransportasse para quando você ainda dizia um eu te amo. Eu te odeio com todas as minhas forças até não aguentar mais, só espero que me odeie um terço disso, que ai, só ai, eu vou sentir um pingo de reciprocidade.
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