quarta-feira, 20 de dezembro de 2023

Arrumando a mala, bye bye Irati!

Hoje um chorei, depois de muito tempo sem conseguir derrubar uma lágrima forçada. Foi de repente, foi intenso e carregado de sentimentos. Eu só não posso falhar mais uma vez, não tenho mais tempo para isso, a vida esta passando e eu preciso achar o meu lugar. 

Como as pessoas conseguem permanecer anos no mesmo lugar e eu não tenho uma estabilidade que dura mais que um ano? não entendo o que tem de errado comigo. Não sei se estou fugindo o me encontrando, tudo esta muito confuso ainda.

Acho que a realidade está chegando agora, ver o quarto do Mateus vazio doeu, pois sei que agora é verdade a mudança. Eu mudei completamente a vida de uma pessoa por um desejo meu, não só de uma, de uma redação inteira. Sinto que estou pulando de um navio em chamas e deixando todo mundo para trás, só que não sei se vou conseguir me salvar fazendo isso ou vou morrer afogada. Eu não sei nadar. 

As minhas vozes internar se perguntam por que não escrevo há tanto tempo e meu corpo responde prontamente: cansaço. Eu amo o que faço, amo escrever, mas não 12 horas por dia como tem sido os últimos dias. Me meti na loucura da busca pela produtividade incansável, mas descobri da pior forma possível que com certeza é cansável.

Eu sofro com dores nas costas, de cabeça, no braço, na mão, no pulso, olhos cansados e tudo isso por conta de um trabalho que é só passar o dia sentada na frente de um computador. São tantas cobranças internas e externar que eu não estou conseguindo lidar. 

Eu trabalho o tempo todo, se não estou trabalhando estou pensando no trabalho. É de manhã, de tarde, de noite, em dia de semana, no final de semana, no horário programado, além do horário, trabalhando no trabalho dos dois trabalhos ao mesmo tempo. Eu não tenho  mais a vida para mim, estou entregue a uma cadeia produtiva. 

Isso tudo foi altamente uma escolha minha, achei que daria conta, mas admito: não dou, não aguento e não consigo. Não entendo como que na época da faculdade conseguia estudar pela manhã, pegar ônibus lotado e fazer estágio a tarde, trabalhar a noite, namorar, fazer os trabalho, encontrar a família. Não é atoa que estava doente, atrasei tanto a formatura e não fazia nada direito. 

A vida estava seguindo bem do lado de cá. Eu estava estável, trabalhando como de costume, malhando, me alimentando bem, indo a igreja, cuidando da casa, como fazem as pessoas comuns, mas depois de aceitar o trabalho noturno sobrar um tempo para o banho é luxo. Não consigo nem chorar de cansaço. 

Me forcei a fazer diversas atividades para conseguir dar conta de trocar de celular e me mudar. Ainda não sei bem o que esperar com a mudança, mas hoje ela me assustou, não sei se estou preparada para encarar tudo isso, não sei se sou competente o suficiente. 

Tenho medo de estragar tudo e não atingir as expectativas, acho que não sou tão boa assim, não consegui nem lidar com as coisas aqui que, teoricamente, eram para serem fáceis e simples. Como vou enfrentar as grandes batalhar lá sem uma espada na mão? Eu não sou ninguém e nem sei se quero ser. O jornalismo é a minha vida e a única coisa que sei fazer, mas será que sou boa o suficiente para isso?

Eu alcancei coisas inimagináveis para este ano, digo em relações as coisas materiais, agora parece que estou jogando tudo em um mar de incertezas devastador. Os meus pensamentos estão todos consumidos por uma nevoa densa e pesada hoje, como se tudo fosse cinza, agrego isso ao cansaço e as mais de 12 horas de trabalha durante um fechamento de edição especial e, ainda, minha uma edição. 

Não sei se estou preparada para ir embora. Discuto com as menina, mas elas são como irmãs para mim, briga e volta atrás. Eu amo elas e partir é deixar uma parte minha para trás, pois trabalhar com elas foi melhor do que eu esperava, para quem sempre trabalhou rodeada de homens. Todas me ajudaram muito este ano inteiro, me ouvindo e acolhendo, mas me ajudaram a tomar a decisão de ir embora. 

Acredito verdadeiramente que tudo tem motivos e propósitos. Só espero, de coração, que o caminho não seja tão árduo como foi até agora. Me culpo pela melancolia deste texto, havia pensando em outros mil melhores e alegres nos últimos meses, mas só consigo escrever quando o coração pesa e agora ele ta pesando mil milhões, que chega a sufocar.  

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